A batalha pela sala de estar está esquentando, e a Sony precisa tomar o controle da Sony Ericsson para competir no setor com gigantes como Samsung e Apple. Ambas estão investindo pesado no setor, à medida que seus produtos caminham para uma maior convergência, afirmam especialistas.
Segundo o Wall Street Journal, a companhia japonesa está próxima de comprar a parte da Ericsson na parceria, firmada há pouco menos de dez anos.
As empresas de eletrônicos estão buscando uma forma de se diferenciar. Para isso, passaram a oferecer produtos que se interconectam, possibilitando uma experiência integrada ao usuário, afirma o IDC. A ideia é permitir que o mesmo conteúdo possa ser visto independentemente do dispositivo – smartphones, tablets, TVs.
“Todos querem dominar a sala de estar”, disse Francisco Jerônimo, analista do instituto.
Para ele, a Samsung é quem está em melhor posição, pois, além dos dispositivos móveis, também possui TVs e tocadores Blu-ray. A Apple, porém está logo atrás, por ter os campeões de venda iPhone e iPad. Há rumores, inclusive, de que esteja preparando uma TV baseada no iOS.
A Sony, por sua vez, oferece TVs e smartphones com Android, e seu tablet deve chegar em breve. O Playstation Vita, sucessor do PSP, deve ganhar uma versão com 3G em breve.
Alguns especialistas acreditam que a companhia já deveria ter adquirido a parte da Ericsson. “Ela deveria ter feito a proposta há três, quatro anos”, acredita Bem Wood, do instituto CSS Insight.
Não é só uma questão de convergência. Se lançar os produtos certos, o setor de smartphones pode ser altamente lucrativo. Quase metade da arrecadação da Samsung, por exemplo, veio de sua divisão de telecomunicações no segundo trimestre deste ano, justifica o analista.
“Se você é uma gigante do setor de eletrônicos, já deveria estar agindo por conta própria há algum tempo”.
As inúmeras batalhas judiciais enfrentadas pelas companhias de tecnologia nos últimos anos – Apple e Samsung, Oracle e Google – fizeram das patentes uma questão essencial para qualquer acordo. “A Ericsson detém várias das propriedades intelectuais presentes nos smartphones da Sony Ericsson, de modo que, caso a Sony decida comprá-la, esse será um dos elementos mais críticos”, afirma.
Atualmente, nenhuma das companhias está satisfeita com o desempenho, de acordo com Jerônimo. Elas têm tentando reinventar seus celulares, mas a competição acirrada com Samsnung, HTC e Apple torna a tarefa difícil.
No segundo trimestre, Sony Ericsson teve prejuízo de 67 milhões de dólares, em parte devido ao terremoto ocorrido no Japão, que a afetou. Ainda assim, mesmo tendo aumentado o número de dispositivos comercializados, ela ainda não conseguiu se destacar com os smartphones top de linha – ainda não lançou, por exemplo, celular com processador de dois núcleos. Alguma coisa precisa mudar.
“A Sony precisa melhorar a parceria, tornando-se mais ativa do negócio, ou, como os rumores sugerem, cancelá-la, adquirindo a parte da Ericsson na joint-venture”, disse Wood.
A Ericsson não quis comentar a possibilidade de vender sua parte. Seu porta-voz apenas disse que faz sentido que as duas empresas conversem. A Sony, por sua vez, ainda não se manifestou.
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